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O Valor da Aliança - Parábola da Dracma (moeda) Perdida

  • Foto do escritor: Andrelino Queiroz
    Andrelino Queiroz
  • 17 de abr. de 2015
  • 8 min de leitura

Dracmas 4.jpg

"Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma, não acende a candeia, não varre a casa e não a procura diligentemente até achá-la? Quando a tiver achado, reúne as suas amigas e vizinhas, dizendo: Regozijai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido." Lucas Cap. 15:8-10

Quando meditamos nos evangelhos, somos tantas vezes impactados com a manifestação do ministério de Jesus pelo Espírito de Deus. É poderoso como sua palavra permanece viva e atual, e ao nos dispormos em buscá-la, Yeshua continua nos ensinando, falando ao nosso coração. Uma nova revelação salta aos nossos olhos em textos que já nos são familiares, e então somos surpreendidos com a Graça renovada, dia após dia, em nossa direção.

No Evangelho segundo Lucas, encontramos três parábolas que Jesus propõe aos Fariseus e líderes religiosos (escribas), logo após ser criticado por estes ao aproximar-se e assentar a mesa com os "publicanos e pecadores". São elas, a parábola da ovelha perdida, a dracma perdida e o filho Pródigo. Especificamente esta parábola da dracma, somente é encontrada neste evangelho. As três parábolas tem o mesmo tema central, a restituição, encontrar o que havia se perdido, ou a redenção para nós, outrora pecadores, em Cristo Jesus (Col. 1:13) e o júbilo que há nos Céus diante do filho perdido que agora foi encontrado. Neste estudo desejo compartilhar uma nova visão desta parábola, crendo que você possa ser tremendamente abençoado.

O que chama a atenção neste texto inicialmente, é a ênfase que o Messias dá à atitude daquela mulher, que ao possuir dez dracmas, sendo surpreendida com a perda de uma delas, imediatamente põem-se a procurá-la. Perceba que Ele diz: “Ou qual é a mulher... (v. 8)”, dando a entender que ele refere-se ao sentido de que todas as mulheres fariam à mesma coisa, teriam a mesma atitude, ou seja, qual mulher não faria isso? É uma pergunta. Para esclarecermos esta indagação feita por Jesus, precisamos em primeiro lugar definirmos qual é o valor daquilo que esta sendo procurado. Quando perdemos algo que não tem valor, não nos importamos em achá-lo, mas se aquilo que sumiu possui grande valor, grande estima para nós, então imediatamente nos lançamos em sua busca. O PhD Joel B. Green, editor geral da Bíblia de estudos Wesley, observa que a mulher descrita é uma camponesa pobre e as dez moedas de prata (dracmas), correspondem a dez dias de salário, “provavelmente representam a poupança da família” ¹. As moedas também podem ter sido o dote da Mulher, vestido como um Ornamento².

1 - O Valor da Aliança: Esta segunda e possível interpretação, é que iremos considerar neste estudo, por tratar-se de um costume antigo (ver Gen. Cap. 24:22). O dote (que dependia do nível de prosperidade do noivo) era oferecido à mulher pretendida em casamento, e simbolizava o firmamento da aliança que futuramente seria consumada. Nos tempos de Jesus, o costume era que os homens presenteassem suas futuras esposas com um ornamento (uma espécie de colar, usado por cima do véu na fronte e que compunha um dos itens do dote) feito de dez dracmas. Assim, sempre que saiam de casa, ou onde estivessem, eram identificadas facilmente como uma mulher já aliançada, que já possuía um dono, um remidor, alguém que em breve a desposaria.

É por este motivo, não simplesmente o valor monetário destas dracmas, mas sim, a representação da aliança dos noivos, que havia por parte da mulher que possuía o dote e o ostentava, sua família, amigas e principalmente do noivo, um cuidado extremamente elevado com este símbolo. Utilizá-lo da maneira errada, manchado (Prata precisa ser polida para apresentar sua beleza), faltando uma ou mais das peças ou deixar de usá-lo, representavam que aquela mulher não dava à aliança a devida importância e cuidado, ou seja, uma grave ofensa. Da mesma maneira, se o noivo ao visitar a casa da noiva, para apresentá-la aos seus pais, não a encontra-se utilizando as dracmas, o que eles pensariam? Imagine se ao andar pelas ruas, a noiva fosse surpreendida pelo noivo, sem esperar por isso, com o colar de dracmas faltando uma peça, o que ele diria? Imagine suas amigas (vizinhas), que outrora se alegraram com a sua conquista, de repente, se deparassem com ela sem o dote, o que diriam? Seu noivo rompeu com você? O que fez para merecer isso? Que fofocas surgiriam a respeito dela? Ou Talvez, não por falta de zelo, ou importância dada, depois de terminados os seus afazeres domésticos, ela descobrisse que falta uma peça de seu colar, sua aliança, ela não pensaria assim: não posso sair de casa desse jeito, e deixar que alguém me veja, preciso encontrá-la!!

Concluindo este primeiro ponto, Jesus ao propor esta parábola diz: Ou qual é a mulher que tendo dez dracmas, a mulher aliançada com o noivo, que ao perder uma, não se lança imediatamente a procurá-la? Esta não seria a atitude esperada de qualquer pessoa que deseja honrar a sua aliança?

2 – Qual é a Aliança de Jesus Conosco? Nas escrituras sagradas encontramos diversos textos que nos dão a entender que Cristo, é o noivo, e a sua igreja, a Noiva. Primeiramente é o próprio Jesus que faz menção a esta analogia ao justificar o porquê de seus discípulos não jejuarem como os discípulos de João Batista: “podem porventura os filhos das bodas jejuar enquanto esta com eles o esposo?” (Marcos Cap. 2:9), assim como também na parábola das virgens sábias e insensatas, onde as prudentes e sabias entram para as bodas com o noivo: “Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo” (Mateus 25:1-13), assim como o Apóstolo João ao adverti-nos sobre a vinda do Noivo, que virá para levar a sua Noiva às bodas: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já sua esposa se aprontou” (Apocalipse 19:7). Mas foi o Apóstolo Paulo quem nos deixou maior ensino sobre esta comparação, no Cap. 05 de efésios nos exorta ao entendimento de que o Noivo, em primeiro lugar foi quem pagou o preço (dote) maior por nós, a sua igreja “...como também cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus...”(v. 2), e que devemos nos sujeitar portando à ele porquanto nos remiu e nos salvou “...como também Cristo é o cabeça da Igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo” (v. 23), e por fim, que enquanto noivo, espera de nós ao aceitarmos seu amor, correspondermos a esta aliança, buscando santificar-nos, purificar-nos, para que no dia em que nos apresentemos à ele, sejamos noiva santa e sem defeito (ver verso 25 a 27). Jesus nos amou de tal maneira, que se entregou por nós, pagando o preço necessário e nos remiu de nossa vida passada, e do futuro que estávamos condenados a viver sem ele. É importante ressaltar novamente que, cada noivo oferecia à noiva e a sua família um presente, um dote que estava ao seu alcance, de acordo com o seu nível de prosperidade, isto permitia à noiva realizar uma pré-avaliação do nível de vida que ela teria nas bodas. O noivo da Igreja, porém, pagou um preço especifico por cada um de nós, uns mais e outros menos, quem sabe um preço impagável, uma dívida inegociável, mas o necessário para nos salvar. Alguns ele resgatou das drogas, outros da morte, outros da desesperança e do desespero, outros da dor, outros da solidão. De qual passado, e futuro você crê que o Noivo, lhe remiu? E qual foi o preço necessário? Ele nos fez livres, curados sarados, e já nos preparou todas as coisas que precisamos (Rom. 08:37; I Cor. 02:09; II Cor. 05:17). Que tremendo, avalia agora, qual é a vida que Jesus, este noivo maravilhoso, pode lhe dar?

3 – O que Cristo Espera de Nós? É fato que, durante nossa caminhada aguardando a vinda do noivo, estamos muitas vezes sujeitos a perder algumas dracmas pelo caminho, não é mesmo? seja por descuido, seja por darmos um valor indevido, ou por motivos que consideramos inevitáveis. Ou quem sabe até mesmo, não nos importarmos de sair de casa sem levar conosco o sinal da aliança, aquilo que nos faz ser reconhecidos como a igreja, a noiva do cordeiro, alguém que possui um dono, alguém que possui um Senhor. O que fazer então? Ao ensinar seus discípulos Tessalonicenses o Ap. Paulo nos deixou uma herança poderosa, um caminho a seguir “Que o próprio Deus de Paz vos santifique integralmente, que todo o vosso espírito, alma e corpo sejam mantidos irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Aquele que voz chama é Fiel, e Ele também o fará.” (I Ts 05:23 e 24). Isso quer dizer que o próprio Deus, que nos envia o noivo, é quem nos santifica totalmente, nos ajuda a permanecermos irrepreensíveis a vinda de Cristo. Não é tremendo? Voltemos agora ao texto de Lucas (Cap. 15, v. 8), no momento em que Jesus diz: “... se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la?”. Cristo nos mostra como deve ser a atitude esperada por ele, daqueles que receberam o penhor da aliança. A primeira atitude é a de acender a luz. Não podemos encontrar o que se perdeu sem a luz de Cristo em nossas vidas, a palavra de Deus (Salmos 119:105). Quando deixamos que ela entre em nossa casa, nada poderá ficar escondido, imediatamente passamos a enxergar nossos erros, nossas falhas, aquilo que precisamos mudar, aquilo que precisamos fazer ou deixar de fazer.

A segunda coisa é varrer a casa. Você já teve a experiência de limpar um cômodo da casa, que estava entulhado de coisas velhas, e ao abrir a janelas e deixar o ar puro entrar, ter a impressão de que nem se lembrava de como aquele era um cômodo espaçoso e que poderia então aproveitá-lo melhor? Pois bem, Cristo somente poderá nos encher com sua unção, poder e graça, quando nos esvaziarmos de todo lixo, sujeira e coisas que carregamos como peso morto, é necessário fazermos uma faxina geral, para que possamos encontrar o propósito de Deus, aquilo para o qual fomos chamados. A terceira coisa é sermos diligentes. Este é o ponto principal, o cuidado, o zelo, a prontidão em buscar o que se perdeu demonstra o valor dado à aliança. Muitas vezes nossa alma, esta tão cauterizada com relação ao pecado, que ao vacilarmos, não percebemos a urgência em corrigir a rota. Achamos que as misericórdias continuarão a se renovar para sempre, mas não é assim “O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder, a ao culpado não tem por inocente” (Naum 01:03). Como anda o teu cuidado com a aliança de Cristo? (Is 55:06)

Concluindo este estudo, gostaria de convidá-lo a fazer uma simples reflexão: imagine quantas vezes você presenciou um casamento religioso, e ao lembrar-se do momento em que o Noivo se aproxima da Noiva para desposá-la, esta curva levemente a sua cabeça diante do Noivo, que então retira delicadamente com as mãos o véu que cobre seu rosto, e como um gesto de amor e carinho entrega-lhe um ósculo (um beijo) sobre a sua testa e depois olhando em seus olhos, leva-a ao altar para consumar a aliança prometida. Não é assim que acontece?

Agora pergunto a você, qual era a razão de este colar ser de moedas de prata? Ora, nós sabemos que a prata, não é um material tão valioso, como o ouro por exemplo. E também não é um material fácil de cuidar, precisa ser polido seguidas vezes. Acredito que era feito de moedas de prata (dracmas), por que o que importava não era o valor material, mais sim o valor que ele representava, a aliança com o Noivo. E a prata precisa de cuidados maiores, é necessário dedicar-se para que ela permaneça com toda a sua beleza, não seria um teste? De tanto polida, muitas vezes ela se torna uma espécie de espelho, e quando o noivo se aproximava para beijar a fronte da noiva, podia ver naquelas dracmas, o seu reflexo. Não será tremendo o dia em que Cristo vier nos buscar, e ao se aproximar de nós, poder ver refletido em nós a sua imagem?

Que o Senhor o abençoe tremendamente neste dia! Espero que tenham sido edificados!


 
 
 

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